Males , Maleitas e Companhia

Compreender e conhecer a “Zona” ou "Cobrão"
Alvo de rezas e mezinhas a zona sempre despertou a curiosidade popular. É na realidade uma doença frequente, já que 10 a 20% da população terá zona em alguma altura da vida, provocada pelo mesmo vírus da varicela.

O que é a zona?

A “zona”, também designada por “herpes zoster”, é uma infecção que se manifesta na pele por uma reactivação do vírus que provoca a varicela. Após a varicela, o vírus fica como que “adormecido” nas células nervosas. Pode nunca voltar a manifestar-se. Por vezes, com a idade ou por alguma fragilidade do sistema imune (o sistema natural de defesa do corpo humano), o vírus pode reactivar-se sob a forma de zona.




É uma infecção geralmente benigna, excepto quando atinge o olho ou pessoas com diminuição das suas defesas imunitárias (sida, leucemia, etc.).
A Zona (ou herpes zóster) é uma infecção frequente no adulto com mais de 50 anos. No entanto, é raro a mesma pessoa desenvolver a mesma doença mais do que uma vez. É excepcional no recém-nascido, mas na criança pode aparecer, embora sem gravidade particular.


Como se apresenta a zona?

Habitualmente, surge primeiro um formigueiro que vai evoluindo para ardência e dor.

Depois, aparecem umas manchas vermelhas e pequenas bolhas contendo um líquido transparente. A ardência e a dor vão aumentando, provocando um desconforto muito intenso. Durante a noite, pode ser difícil de suportar o peso do lençol em cima das lesões.

As bolhas vão-se transformando em crostas que vão cicatrizando lentamente ao longo de 7 a 10 dias. Por vezes, a alteração da cor da pele pode perdurar para sempre.

Todo este quadro pode ser acompanhado por febre, dor de cabeça e mal-estar geral.




Em que local do corpo se manifestam as lesões?

As lesões aparecem mais frequentemente no tronco, mas também podem ocorrer na face e à volta do olho. Normalmente, aparecem ao longo do trajecto de um nervo e daí o nome de zona.



Podem surgir complicações?

Cerca de 1 em cada 5 pessoas que têm zona pode ficar com dor, mesmo depois de as lesões da pele terem desaparecido. Isto designa-se por “nevralgia pós-herpética”. Esta dor pode prolongar-se por alguns meses ou até anos, mas tende a aliviar à medida que o tempo vai passando.

Outra possível complicação relaciona-se com a infecção das feridas por bactérias: o líquido das bolhas deixa de ser transparente e assume uma cor amarelada (pús).

Quando a zona envolve o olho, pode afectar o olho (“zona oftálmica”), perturbar a visão e até conduzir à perda total da visão. Nesta situação, sente-se dor no olho, lacrimejo e diminuição da visão.



A “zona” é contagiosa?

Ninguém poderá contrair zona por contactar com um doente com zona, mas poderá contrair varicela se ainda não a tiver tido. O doente com zona deve evitar o contacto com grávidas e com bebés de idade inferior a 12 meses.

Tratamento
Ainda não se sabe com certeza qual é o melhor tratamento contra o herpes zóster. Nem os corticosteróides nem um anti-soro que contenha altos níveis de anticorpos contra o vírus têm efeito sobre a doença uma vez iniciada. Nenhum fármaco consegue eliminar o vírus. No entanto, os antivirais como o aciclovir ou o panciclovir podem ser utilizados para reduzir a duração da erupção cutânea nos indivíduos cujos sistemas imunológicos sejam deficientes. É importante manter a pele limpa para evitar infecções bacterianas sobrepostas.
A aspirina ou a codeína aliviam temporariamente a dor e revelam-se de grande ajuda quando esta impede executar actividades ou conciliar o sono. A aspirina deve ser evitada nas crianças devido ao risco de provocar a síndroma de Reye.

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O que é o terçol? (tersolho)

Um terçol é uma infecção na parte do olho que se conecta as pestanas (o folículo piloso). É causado por uma bactéria e apresenta os seguintes sintomas:




- Um pequeno abaulamento avermelhado e doloroso que aparece na base das pestanas.
- Um pequeno grão que aparece na base das pestanas.



Que cuidados devem ser tomados?

- Use pomadas antibióticas para os olhos.
No caso de terçol grave ou recorrente pode ser preciso que o médico receite uma pomada antibiótica.

- Coloque compressas quentes sobre o olho.
Para ajudar a amadurecer o terçol (ou seja, providenciar que cresça até aparecer pus no centro), aplique um pano quente sobre o olho por 10 minutos quatro vezes ao dia. Continue limpando o olho ainda que o terçol tenha sido drenado.

- Perfuração do terçol.
Uma vez que o pus esteja visível no centro do terçol, perfure-o com uma pinça ou simplesmente continue com a aplicação de panos quentes. Na maioria dos casos, o terçol seca sozinho mesmo ao final de alguns dias.

Como prevenir o terçol em outras partes do corpo?

Não permita que seu filho toque os olhos já que isso pode disseminar a infecção para outras partes das pestanas.

Procure ajuda médica imediatamente se:

- Perceber as pálpebras muito avermelhadas ou presença de febre.
- O terçol não secar nem melhorar em 3 dias e não sarar completamente em 10 dias.
- A infecção for reincidente.

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MEZINHAS

Para as frieiras
- Untar as mãos com petróleo e pôr as mãos ao sol (diz que arde muito).
- Envolver as mãos com estrume de vaca acabado de fazer.
- Colocar a zona afectada dentro de água salgada quentinha.
- Deitar urina quente da própria pessoa em cima.


Para as dores de ouvidos
- Deita-se o leite do peito de mulher dentro do ouvido (referido por uma pessoa que o leite não deve apanhar ar pois seria perigoso).
- Colocar dentro do ouvido um pouco de azeite morno.
- Esfrega-se azeite por detrás da orelha.

Para os pulmões, brônquios, constipações, pneumonia, catarral, pontadas nas costas e gripes fortes
Raspa-se para um pano um bocado da fuligem negra que fica nas paredes de uma lareira ou forno (“ferrugem“,”tisna“), enrola-se o pano “em forma de boneca”, ata-se, ferve-se em chá (a água fica com cor de café) e bebe-se esse chá.

Para constipações e tosse
Faz-se o chá das brasas, colocar brasas num recipiente, deitar açúcar por cima e depois deitar água quente por cima e beber.

Para as constipações
- Beber vinho, tinto ou branco, quente.
– Beber aguardente de medronho com mel e quente.
– Colocar uma brasa dentro de aguardente de medronho e beber.
– Molham-se algumas brasas no café, adoça-se com mel e bebe-se.
– Deitar fogo à aguardente e deixar queimar um instante, depois é abafada, e por ultimo bebida.

Para constipações, gripes, dores de garganta e rouquidão
Faz-se uma bolinha de manteiga (caseira, de leite de vaca ou cabra) com açúcar amarelo e coloca-se na boca, deixando desfazer-se na boca e indo-se engolindo.

Para a tosse
Beber água-mel (quanto mais velha melhor).
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O Manjericão ou Alfavaca (Ocimum sp) é uma planta perene que mede aproximadamente 60cm de altura, sendo originária da Ásia e África. É uma planta conhecida pelos seus galhos com bastantes ramificações, em que as suas folhas são opostas, com um formato oval, e verde clara. O Manjericão ou Alfavaca (Ocimum sp) têm flores brancas e um pouco rosadas, uma das características das suas flores é a sua disposição tipo espiga. As suas sementes são pequenas e pretas.

Nome científico: Ocimum sp
Família: LABIATAE

Clima: O clima preferencial do Manjericão ou Alfavaca (Ocimum sp) é o clima subtropical, que se caracteriza por ser quente e húmido, sendo uma planta sem resistência a geadas.

Luminosidade: Para florescer e revelar todo o seu esplendor esta planta necessita de sol pleno.

Solo: O solo ideal para o Manjericão têm de ser abundante em matéria orgânica. Para obter um solo propicio para a plantação da planta use 3,0 Kg/m2 de composto orgânico.

Propagação: Para a reprodução da planta retire alguns galhos e deixe-os mergulhados em água até surgirem raízes, altura em que deve retirar os galhos da água e proceder à sua plantação.

Indicações Terapêuticas
As vitamina A e C são algumas das vitaminas mais abundantes na folha do Manjericão. Sendo indicadas para o ardor ao urinar. As suas folhas são também fantásticas para produzir compressas que devem ser aplicar nos mamilos doloridos das lactantes. Outra das características da folha do Manjericão é o auxilio à boa circulação e dores reumáticas, bom também para tosse e resfriados. Boas para a digestão e reduzem a fadiga. Uma outra utilidade que é reconhecida é como pomada antibacteriana.

Modo de usar
Gargarejos: Óptimo para amigdalite e aftas.

Folhas e sementes, por infusão: É um estimulante, carminativo, diurético, ajuda a debelar problemas das vias respiratórias, bronquites, gripes e resfriados, reduz os vômitos. É também indicado para angina, dispepsia, amidalite, rins, catarro e cãibras do estômago


O Alecrim (Rosmarinus Officinalis) é uma planta originária da Europa, distingue-se por ser um arbusto perene, pode ter até 2m de altura, que pode ser encontrada com alguma facilidade em solos pedregosos. Outra das características do Alecrim (Rosmarinus Officinalis) são as suas folhas lineares, estreitas e opostas, com uma coloração verde na parte superior do limbo e mais esbranquiçada na parte inferior e com pêlos bem finos. O Alecrim (Rosmarinus Officinalis) é uma planta que gera flores azul-violeta e agrupadas, formando um tipo de cacho.

Nome científico: Rosmarinus Officinalis
Família: LABIATAE

Clima: O Alecrim (Rosmarinus Officinalis) desenvolve-se com facilidade em qualquer tipo de clima, mas preferencialmente nos climas temperados quentes, tendo alguma dificuldade em ser encontrada nos climas muito frios ou com ventos fortes.

Luminosidade: É uma planta que gosta de bastante de sol e luminosidade

Solo: Relativamente aos solos em que melhor se desenvolve, são preferencialmente secos e arenosos, mas bem drenados.

Propagação: O Alecrim (Rosmarinus Officinalis) propaga-se por estacas ou sementes. Deve enterrar as estacas, com cerca de 15cm, num local com bastante luminosidade, mas sem sol directo.

Indicações Terapêuticas
Os rins e vesícula, bem como a pressão arterial beneficiam largamente das propriedades terapêuticas do Alecrim (Rosmarinus Officinalis), que auxilia a boa circulação; alem de ser umas grande ajuda para quem se encontra num estado de depressão, ou com dores reumáticas, também facilita a digestão, menstruação, o Alecrim é anti-séptico, sedativo e fortalece a memória. Há quem recomende bochechos de uma infusão de Alecrim para aliviar aftas, estomatites e gengivites.

Modo de usar
Folhas, por decocção: O Alecrim têm propriedades balsâmicas, alem de regular a secreção biliar, é um estimulante estomacal e é também um bom tónico, alem disso pode ajudar quem padece de dispepsia, debilidade cardíaca, febres tifóides, tosse, gases intestinais, asma, bronquite, coqueluche, pressão alta, problemas no pâncreas, stress e dores de cabeça.

Uso externo por fricção: Bom para a caspa e reduz a queda de cabelo.

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Como preparar chás com os mais variados tipos de folhas e ervas.

Sendo o chá uma das bebidas mais antigas concebidas pelo homem, podendo ser feito através de folhas, ervas várias, raízes, cascos, talos etc. Estando associado a curas naturais e apreciado por grande maioria da população o chá e as suas ervas e folhas é ainda hoje uma das mezinhas curativas mais utilizadas. Veja as diferentes formas de fazer chá seja com ervas exóticas ou com folhas.

Raízes, talos e cascas demoram mais tempo para cozinhar que flores, folhas e ramos. Por essa razão, devem ser cozidas separadamente. A medida do possível, deve-se evitar preparar o chá em vasilhame de alumínio ou ferro.

Durante o cozimento, os utensílios desprendem fragmentos que se misturam ao chá, alterando-lhe a composição. Utensílios esmaltados, de louça ou de barro são os mais recomendáveis. Depois de pronto, o chá deve ser armazenado em utensílio de vidro, de barro ou de louça.

Não se deve preparar chá em grande quantidade e armazená-lo para utilização durante vários dias. Com o decorrer do tempo, pode haver fermentação. O ideal é preparar a porção necessária para consumo no mesmo dia seja com folhas ou ervas.

Existem várias maneiras de preparar chá:

TISANA:
Acrescentar ervas à água fervente, tampar o vasilhame, e permitir a fervura por mais cinco minutos. Em seguida, desligar o fogo e aguardar alguns minutos antes de usar o chá.

INFUSÃO:
Dispor as ervas no recipiente e despejar água fervente sobre elas. Tampar e deixar a infusão em repouso. Folhas e flores devem permanecer em repouso durante 10 minutos. Talos, raízes e cascas, durante 20 ou 30 minutos.

DECOCÇÃO:
Despejar água fria sobre as ervas, e iniciar o cozimento. A fervura varia de 5 a 20 minutos. Flores, folhas tenras e brotos necessitam de no máximo 10 minutos. Partes mais firmes, como raízes, cascas e talos devem ser cortados em pedaços pequenos e postos a cozinhar durante 15 a 20 minutos. Após a fervura, o recipiente com o chá deve permanecer fechado durante alguns minutos.

MACERAÇÃO:
As ervas devem ser postas de molho em água fria durante período variável entre 10 e 24 horas. Partes tenras como folhas, flores e brotos ficam 10 a 12 horas. Talos, cascas e raízes duros devem ser cortados em pedaços, e permanecer de molho durante 24 horas. Partes intermediárias devem ficar de molho entre 16 e 18 horas. Por não utilizar fervura, este método é mais vantajoso que os demais, pois mantém as substâncias terapêuticas das ervas inalteradas.

O momento ideal para tomar chás é de manhã, em jejum, e à noite antes de se deitar. Se são tomados aos poucos, em colheradas de hora em hora, também proporcionam resultados satisfatórios. Mas o importânte é tomar o seu chá de ervas ou folhas quando melhor lhe convir.